sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Tourada...Cultura ou Barbaridade ?


Barbaridade. Antes de explicar o porquê, sinto que devo dizer umas coisas... Em primeiro lugar, o que aqui vou escrever reflecte uma opinião pessoal, respeito as pessoas que apreciam a tourada, como tal exijo o respeito e o direito à minha apreensão deste desporto/entretenimento/que quer que seja. Não tenciono ofender ninguém nem tão pouco exercer moralidade sobre este assunto.

Antes de mais, tenho uma "costela" alentejana e sempre me foi incutido este amor à tourada, lembro-me de quando era mais novo ir à praça de toiros assistir a largadas e constatar a "felicidade" dos meus familiares quando presenciavam este (triste) espectáculo. No entanto, nunca senti o mínimo prazer no sofrimento animal, considero-o um crime contra a natureza, tal como a matança de elefantes em África pelo marfim ou a quase extinção de raposas e animais semelhantes em nome da supérflua vaidade humana.
Podem dizer que a tourada é diferente, bem até pode ser verdade, mas então para que serve este sofrimento animal? Para o entretenimento, sim, matamos animais em nome do lúdico, do passatempo, quer dizer, não há um fim em vista, não há um objectivo! Podem dizer "ah e tal, mas gostas de comer bife!" É verdade, gosto (muito), sei que muitas vezes no matadouro a forma como os animais são mortos é horrível, mas enfim, é para a nossa alimentação, tem um fim útil para a Humanidade, garante a subsistência (apesar de condenar a forma como os animais são tratados). A tourada não, não há nada de positivo que possamos tirar do sofrimento daquele animal!
Outra característica que me enoja profundamente são os cavaleiros. Expliquem-me qual o trabalho deles? Basicamente montam bem o cavalo, não é preciso ser corajoso, não é preciso ser virtuoso. Basta ter um cavalo bem treinado e ter o mínimo de pontaria. O interessante disto tudo é que é o cavalo que faz tudo, quando corre mal, é ele que leva as marradas e é o cavalo que se cansa, basicamente o cavaleiro fica sentadinho a espetar "merdas" no touro. Para mim, a única parte interessante de uma largada é mesmo a dos forcados. Sim, aqueles homens têm de ser corajosos, hábeis e atentos. Neste caso é o Homem contra o Animal, um verdadeiro desafio à capacidade humana de ultrapassar desafios, admito apreciar bastante de esta parte do espectáculo e tenho orgulho de todo o português que têm a coragem de enfrentar um touro.
Outra desculpa (falta de melhor termo) para a tourada é a de que, se não existir tourada aquela raça especifica de Boi deixa de fazer sentido e é extinta. A meu ver, aqueles que nascem para morrer ou serem extintos, a diferença não é assim tão grande...
Comparo sempre a tourada aos gladiadores romanos, uma arena e uma batalha até à morte. Para mim, a tourada representa tudo o que é mau na natureza humana, o prazer em assistir ao sofrimento alheio e a misticidade do sangue a correr. Como podemos considerar-nos civilizados se ainda assistimos a tão grotesco espectáculo ?
Como disse acima, criei uma certa imunidade e compreendo a razão pela qual ainda existe tanta gente fã de tourada, simplesmente não partilho o interesse, nem o prazer que esta carnificina proporciona a outros, no entanto, sublinho, respeito quem gosta, apesar de na minha opinião é algo que devia ter sido extinto há muito tempo...

Uma coisa é matar por necessidade, outra (completamente diferente) é matar por desporto!
Condeno igualmente a caça DESPORTIVA e todas as actividades que possam afligir a vida humana e animal em nome do desporto ou do divertimento! Quem não gostar daquilo que aqui escrevi simplesmente não leia!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Dá tempo ao tempo...

Amigos, concordam comigo quando digo que estou farto de mau tempo!
Quer dizer, com os nossos amigos insulares em desespero com a tragédia que por lá se abateu, mais os mini-tornados em vários locais do país, a expressão "Cantinho do Céu" começa a desbotar...
Entretanto, acordamos com dias cinzentos e adormecemos com noites frias. Saudade do Verão, noites em que o calor não nos deixa adormecer e que só se sai da praia às 8 da "tarde"...
Há que dar tempo ao tempo e esperar por melhores dias !
Nos países nórdicos eles aturam o cinzento constante mas recebem bem, agora nós, estamos a fazê-lo de graça.

PS: Parabéns Jim, foste o único que não parecia um telegrama naquela conferência, até os deixaste com os olhos em bico! The Force is strong in you, keep it up!

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Pensamento



Este video é da autoria dos Monty Python e sinceramente de quem mais poderia ser não é ?
Achei este sketch bastante interessante e divertido porque já estudei muitos autores de filosofia política e tenho de admitir que são brilhantes. Apesar de muito daquilo que estes defendem nas suas obras estar um pouco outdated ainda têm aspectos bastante actuais. Foram estes senhores que criaram o pensamento ocidental, a forma que nós europeus vemos o mundo nasceu da mente destes grandes senhores. É incrível como assistimos a sociedades como a de Atenas que era tão evoluída para o seu tempo, em que a democracia existia, sim há 2000 anos atrás os cidadãos podiam votar e escolher o futuro da sua cidade, claro que não era uma democracia contemporânea, as mulheres não podiam votar, existiam escravos etc.(se virmos bem, as mulheres só puderam começar a votar bem tarde). Mas não é simplesmente fabulosa a evolução daquela civilização? Dois mil anos, não são dois dias!! Agora o que terá acontecido para haver um retrocesso de 16 séculos ? Sim, a Idade média a.k.a. Idade das Trevas (pergunto-me porque se chamará a Idade das Trevas).
Em Atenas existia o Liceu de Platão e a Academia de Aristóteles, a maior parte dos cidadãos de Atenas sabia ler. Durante a Idade Média, os únicos que tinham acesso à educação eram os monges. Decididamente a queda do Império romano por causa da religião católica (existem outros factores) levou-nos para a estupidez durante muito muito tempo...
Eu gostava de saber onde estaríamos se não tivesse existido a Idade Das Trevas, fazíamos logo o salto para o Renascimento que foi, depois da antiguidade clássica o grande salto em frente para a civilização e para a Humanidade... Será que Deus ainda seria tão importante? Será que já tínhamos percebido que precisamos de uma alternativa (melhor) à democracia? Aparentemente nunca iremos saber, mas já sabem, futebol, novela e religião é que interessa...

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Exaltação !

Pessoal, duas coisas que tenho de partilhar:
1- Se nunca foram ao Carnaval de Torres Vedras, aconselho vivamente. Porquê? Porque tem uma atmosfera e um ambiente únicos, podem ser quem vocês quiserem numa noite, as vibrações que por lá senti foram muito muito positivas, atrevo-me a dizer que ganhei anos de vida naquela noite. Em todas as esquinas por onde passei havia festa e gente aos saltos, enfim, numa palavra MÁGICO...
2- Vamos lá buscar a nossa boa vibração e descansem que o Karma faz o resto... Não preocupar com aquilo que não interessa, aproveitar a vida enquanto se pode e acima de tudo, façamos tudo com um sorriso na cara. Tal como a tristeza, a alegria transmite-se! Desfrutar a vida, é para isso que estamos cá!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Retrocesso

Quando o WorldFactBook nos diz que o sector primário (agricultura) alberga 10% da força de trabalho, o secundário (indústria) 30% e o terciário (serviços) 60%, devemos desconfiar. Ainda mais devemos, quando os dados se reportam a 2007. E devemos porque em 2007 não havia Farmville. Hoje, vou estimar que 2,5 milhões de portugueses jogam Farmville (por alto, atenção), o que torna todas estas percentagens erradas! A agricultura comporta, de facto, 45% da população, o que torna a estrutura portuguesa por sectores de actividade terceiro-mundista. No mínimo é grave. Podíamos ser menos fixes com o hi5, mas não éramos do terceiro mundo.

Todos Diferentes...Todos Diferentes !


Um dia destes, tive uma interessante conversa com o meu amigo Amílcar Carneiro. Ambos estávamos mais ou menos em contacto com o nosso Dionísio interior (ou seja, quentinhos) e ele puxou um tema importante: Porque nos preocupamos tanto com as nossas diferenças e não focamos aquilo que temos em comum ? Sinceramente, já não me lembro com clareza o que se falou, mas deduzo que a nossa atenção foi desviada para uma das muitas situações caricatas que é costume encontrarmos no Bairro Alto. Por respeito ao grande Amílcar e por pessoalmente não gostar de ter assuntos pendentes vou escrever a minha opinião.
Num primeiro plano, todos somos iguais, isto é, a nível biológico, todos somos seres humanos, células e todas as coisas científicas das quais não percebo absolutamente nada, mas de algo tenho certeza. Os brancos, os pretos, os amarelos, os vermelhos todos têm as mesmas necessidades, nomeadamente a necessidade da auto-subsistência (alimentação etc..).
Agora, que mais temos em comum ? Gosto de pensar que aquilo que constitui a nossa personalidade são as diferentes experiências de vida e cada ser tem as suas... Exemplificando, um grande número de pessoas pode gostar da mesma cor, mas provavelmente cada um tem uma razão única para gostar daquela cor. Tudo isto para dizer que, aquilo que somos, nasce da forma como apreendemos o mundo, da forma como o ambiente em que nos inserimos nos condiciona e acima de tudo, a forma como resolvemos os desafios repercute as experiências por que passámos.
Na minha opinião, o único atributo que partilhamos com o nosso "semelhante" é mesmo no plano biológico, porque tudo o resto é simplesmente demasiado complexo para sequer ser discutido, vivemos num mundo tão diversificado, com tantas culturas e religiões, formas de pensar e concepções de normalidade que é irracional tentar racionalizar.
A globalização quase criou uma pseudo "consciência global", mas ainda bem que não conseguiu, viva a diferença, é esta que nos torna únicos. Também é verdade que muitas vezes as pessoas assustam-se com algo que é diferente, mas gosto de pensar que a maior parte das pessoas é tolerante e vê as diferenças como características e não como defeitos.
O problema, a meu ver, é que cada vez mais as pessoas preferem tornar-se fotocópias em detrimento da sua autenticidade. Hipocrisia, Cinismo e Falsidade vieram para ficar, com muita infelicidade minha.

Tentar ser outra pessoa além de ser um desperdício de espírito é também um desperdício de inteligência... "Just sayin'"

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Sanma No Aji - O Gosto do Saké (1962)


Durante a primavera-verão em que tive pela Feira da Ladra, (além de muita venda) fiz compras muito boas. Livros, filmes e música recentes e/ou pertinentes a preços únicos. Um desses casos foi mesmo o dvd novo de "Sanma No Aju-O Gosto do Saké- An Autumn Afternoon". 2 euros. Fui adiando o dia em que me poria a ver, finalmente, o dito cujo. Hoje foi o dia. E não devia ter esperado tanto tempo. Agora vou correr atrás do tempo perdido e arranjar o que conseguir da restante filmografia de Ozu.

Sobre o filme em concreto, é simples, pacato e uma boa descrição da sociedade nipónica da época. O guarda-roupa não é tão vistoso como o do Mad Men, mas é um deleite, ainda assim. Fatos no ponto, quimonos curiosos, detalhados.
Depois, sobre os modos japoneses em concreto, é algo estranho ao olhar ocidental (mais caloroso) talvez. A família sob foco é unida, e ama-se. Mas tudo de forma nipónica, ou seja, austera. Nada física. A postura vertical de todos os actores é tão permanente até ao ponto em que é interrompida pelas constantes vénias. Assim, a postura média, no tocante a ângulos, do japonês não rebelde, não deverá estar entre os 90º (postura recta) e os 70º (postura dread ou corcunda), mas entre os 90º e os 20º. Bons dias, boas tardes, boas noites, sim's, claro's, obviamente's. Tudo merece uma vénia. Esperei e desesperei por um aperto de mão, de uma mão nas costas. Não vi. Até que no fim, subtil, lá estava uma mão no deltóide, cheia de amor certamente.

A história é simples. Não tão simples como a do Lynch (e agora decerto pareceu que percebia o mínimo de filmes), mas simples. Um pai de família, viúvo, tem três filhos. Um mais velho, já casado; uma filha que mora consigo e tanta companhia lhe faz, e um último mais jovem e também ainda a viver em casa, embora com uma autonomia diferente da dada à filha. Com o envelhecimento do pai e com as conversas que vai mantendo com os seus amigos (maioritariamente retirados da Segunda Guerra Mundial, como ele), o viúvo Shuhei Hirayama* atravessa o filme de reticente a convencido. De que a sua filha, nos seus 23 ou 24 anos tem de partir, de ter um casamento arranjado, antes que seja demasiado tarde. Também aqui é curioso notar o desenrolar dos acontecimentos: o senhor Hirayama, no início, tem uma postura mais rígida e tradicional. Julga a filha demasiado nova para casar (algo que muda com a convivência com amigos e conhecidos) e que esta deve essencialmente casar com um homem muito decente. O plano sentimental é negligenciado. No fim a prioridade é gostar (mas claro, obedecendo a um mínimo de decência). De mencionar que a ideia de a filha ser demasiado nova para casar serve essencialmente para esconder a solidão a que o viúvo será remetido. A posição altera-se, a tempo de a filha fazer parte de uma (so called) inevitabilidade, e não de uma fatalidade.
Entre muitos shots de saké e vénias, ficamos a conhecer melhor a dinâmica das relações familiares japonesas, com tudo o que isso tem de sobriedade (fora quando há saké na mesa), humildade e muito respeitinho. Recomendo.

* foi o único nome de todas as personagens que apareceu no post porque é a única que está na contra-capa. imdb.(com) as outras

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Menos Apolo, Mais Dionísio

Ao finalizar o secundário à noite, sim porque a matemática nunca foi o meu forte, estudei um grande autor que causou uma impressão bastante razoável no meu ser. O seu nome é Friedrich Wilhelm Nietzsche e a obra que li foi a "Origem da Tragédia". Ora, nesta obra o autor divide o ser humano em duas partes essenciais e personifica-as em dois deuses gregos para um melhor entendimento. Estes deuses são Apolo e Dionísio. Sendo que Apolo representa a luz, o conhecimento e em última instância a razão, paradoxalmente, temos Dionísio. Este é o equivalente a Baco, Deus do deboche, do lazer e tem como máxima o prazer. Nietzshe defendia que não devemos ser extremistas, isto é, nem seguir demasiado Apolo, nem seguir demasiado Dionísio, no entanto, há uma parte da obra que achei genial, apesar de não saber exactamente o que o autor descreve, é algo deste género: se realmente quiseres seguir um Deus, segue Dionísio, vives a vida sem remorsos e a embriaguez é uma das formas em que podemos aproximar-nos do Universo.
Desculpem a seca, mas o ponto a que quero chegar (já disse isto uma vez, mas nunca é demais) é que não vale mesmo a pena pensarmos demasiado, sermos demasiado racionais, pois perdemos tudo aquilo que é natural e instintivo. Concordo que a embriaguez de uma forma moderada e em boa companhia consegue transmitir-nos sentimentos que talvez se tornem únicos e irrepetíveis. Claro que o excesso é errado, sou contra todo o tipo de extremismos, no extremo, nada é bom.
Muitas vezes nem é necessário qualquer tipo de influência externa, (podemos estar embriagados de diversas formas) basta desligarmos um pouco a nossa razão, esquecermos o nosso individualismo e sermos humanos com falhas e defeitos.
Acho que este é mesmo o meu desejo para 2010, voltarmos a ser humanos com personalidade e deixarmos de ser iguais a todos os outros.
Exemplo: Conta as pessoas que conheces, conta os verdadeiros amigos que tens.

"Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura "

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Um Português preocupado

Raynor here! Estava aqui a reparar no facto de já termos publicado mais posts este ano do que no ano passado e acabei por ser levado pela onda de patriotismo do Tronik! Ok eu critiquei os taxistas, mas enfim não quer dizer que eu não goste do meu país, muito pelo contrário! O que me perturba é que em democracia as coisas não têm corrido lá muito bem, ou pelo menos, em república. A verdade é que os 16 anos de 1ª República foram uma desgraça total em quase todos os níveis porque assentou numa base feita de barro: quem realizou o movimento que viria a dar origem à Proclamação da República esqueceu - se de um facto importante. Se é verdade que nas áreas do Porto e de Lisboa existia um grande sentimento republicano, a verdade é que não era bem assim. Há pouco tempo até ouvi uma pessoa letrada a dizer que mais de 60% dos portugueses de então ainda se encontrava do lado da monarquia. O resultado: se a Monarquia Constitucional era má, as coisas com os republicanos ainda ficaram piores! Segundo alguns parentes meus, a minha bisavó que vivia em Lisboa então, testemunhava atentados e golpes de Estado quase todos os dias! Por causa desta insegurança, veio a ditadura com trouxe um tipo chamado Salazar que há que reconhecer fez coisas boas: trouxe segurança, progresso económico nos anos 60, livrou -nos da Segunda Guerra Mundial (e pôs -nos no Plano Marshall), deixou uma das maiores reservas de ouro do Mundo... Porém, custou - nos muita coisa. Liberdade de expressão era quase nula (tirando alguns casos que eu conheço), criou a PIDE que a certa altura era praticamente autónoma (não a controlaram como deve de ser foi o que foi) prendendo e torturando pessoas livremente, para não falar da Guerra Colonial que, apesar de concordar com a mesma numa fase inicial, deveria ter acabado mais cedo e proporcionado a independência dos países africanos de um modo mais bem pensado e não de debandada total (podíamos ter criado uma Commonwealth à portuguesa). 48 anos de ditadura deram em Revolução dos Cravos e mais uma vez não perguntaram ao povo qual o regime que pretendiam, se bem que os resultados eleitorais de anos posteriores vieram a provar que a malta queria uma democracia. Quase 36 anos depois, já praticamente não se celebra o 25 de Abril e vejo cada vez mais pessoas a dizerem que o tal Salazar é que era bom, que no tempo dele é que se vivia bem até já li num cartaz "Salazar tás perdoado"! A coisa é séria, os nossos governantes continuam a usar a desculpa de que estamos mal por causa de crise financeira mundial, mas a verdade é que vê - se pouco trabalho feito! Estamos muito mal a todos os níveis, da Segurança à Saúde, da Justiça à Educação (como podemos pensar no futuro se os jovens no nosso país são uma pura vergonha para a Bandeira Nacional!?). E depois não alternativa à República, a Monarquia está proibida na Constituição. Um referendo era necessário para resolver esta situação, mesmo que a causa monárquica perca (o que seria uma pena), mas ao menos saberia - se qual o futuro pretendido pelo povo português! Eu não quero uma ditadura permanente, quero um regime democrático, em que os fundamentos liberais pudessem de facto ser defendidos: o pluralismo, a liberdade de expressão (que encontra - se seriamente em causa com este Primeiro - Ministro que fecha as universidades que frequentou e despede os jornalistas que quer), e muitos outros aspectos! O único tipo de ditadura que eu defenderia seria ao estilo romano em que o ditador trabalharia durante 6 meses para colocar o país em ordem e de seguida se realizarem eleições. Mas tenho a certeza que nem isso funcionava! Resta - nos as memórias de um passado longínquo em que dominávamos os Sete Mares, em que éramos a maior potência mundial através das trocas comerciais e não da violência (afinal, não somos piratas espanhóis)! Precisamos de mudança! Mas para o quê, se este povo clama cada vez mais por um ditador? O futuro é mais negro do que parece....

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Não te entendo...Conho

Amigos, o assunto que venho tratar hoje é de extrema importância. Tentei encontrar imagens para uma melhor apreensão da matéria em causa, mas o Google imagens só serve mesmo para encontrar outro tipo de imagens... De qualquer maneira, quero partilhar convosco uma preocupação, como sabem é comum quando vamos a Espanha repararmos que quase todos os carros têm na traseira um autocolante de um Touro. Esse touro é um símbolo nacional, normalmente gozado por turistas porque o Touro está completo, quando digo completo, digo que está tudo no sítio.
A parte preocupante (para mim, pelo menos) é que vejo cada vez mais carros portugueses com os ditos autocolantes, das duas uma, ou já existem muitos espanhóis a habitar em Portugal ou então existem muitos portugueses que gostavam de ser espanhóis.
Outra alternativa é a de que ainda existem muitos portugueses fãs de tourada, o que por um lado é triste, pois trata-se de um espectáculo bárbaro que já devia ter sido extinto há muito tempo, mas por outro, faz parte de uma tradição secular que enfim, ensinou-nos a ser imunes ao sofrimento animal.
O assunto da tourada ficará para outra altura, o que quero enfatizar é mesmo a problemática dos autocolantes, mas que raio de português anda com um símbolo nacional espanhol colado na parte de trás do carro ? Afonso, deves estar na China com a quantidade de voltas que já deste no túmulo.
É verdade que o tradicional "P" ou o escudo na traseira de um carro dá um aspecto deveras bimbo, mas ser bimbo com os símbolos nacionais de outros países deveria entrar noutra categoria de bimbalhice...(bimbarrolho?)
A conclusão que chego é: ou existem demasiados espanhóis em Portugal, ou existem demasiados portugueses que gostavam de ser espanhóis e como tal deviam ser empalados Vlad style!
Não tenho nada contra os espanhóis de Espanha, agora os que vêm para o meu país e pensam que são donos da minha pátria eu não suporto, nem tenho que suportar (não desgosto dos espanhóis boas pessoas, por mais raros que sejam)

Patriotismo é diferente de Nacionalismo, atenção, PNR não é a solução !

PS: Tributo a Mário Crespo e à Liberdade de Expressão

"Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram:
Cesse tudo o que a Musa antígua canta,
Que outro valor mais alto se alevanta."

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

BBC Vida Selvagem Especial: o Taxista

This is Jimmy! Bom lembrei - me de um tema que ainda não foi abordado relacionado com uma das espécies animais mais peculiares do mundo: o taxista. Ao longo destes últimos dois anos e meio tenho tido a oportunidade de observar os comportamentos deste ser tanto fascinante como perturbador. Todos os dias passo por um hotel a caminho da faculdade e lá estão eles, como leões à espera da sua presa, ou pelo menos do cliente. Mas eles não se confrontam pela obtenção do seu ganho (que muitas vezes é bem bom), agem como uma espécie de irmandade: jogam às cartas, jogam futebol(!), mandam piropos às mulheres.... Mas o que eu gosto mais é da sua incrível capacidade de saberem um pouco de tudo, de política a economia, passando pela justiça e pela criminalidade têm sempre um "bitaite"na ponta da língua. " Se eu mandasse nesta m.... mandava esses políticos do c.... pá choldra, bando de filhos da p...!", proferia um no outro dia. Ah, como eu gosto do seu vernáculo grotesco! Só quando se fala de futebol é que a coisa fica feia: "O Queiroz nunca devia ter ido pá Selecção, nã faz nada de geito!", e o outro responde "Epá tá mas é caladinho que nem o Trafaria eras capaz de treinar!". Pior só quando falam dos seus clubes do "coração", como ouvi um no outro dia um a reagir ao empréstimo do Balboa do Benfica: "É tão mau que nem o conseguem vender, fo....! A mãe dele é que nunca devia ter nascido!".
Stop! Ok, sejamos honestos: os taxistas até podem ser pessoas magníficas, mas muitos deles são uma tragédia grega assim que abrem a boca. Precisavam de umas lições do Sardica era o que era! Porém, são um exemplo prefeito daquilo que é ser português! E olhem que muitos até não têm bigode, o símbolo máximo do portuguesismo, pois preenchem os outros critérios todos: só gostam de futebol, criticam tudo e mais alguma coisa e, como se bastasse, se lhes pedirem uma sugestão para alterar a situação do país não sai nada de bom. Ah adoro ser português!