Finalmente percebi o intuito da passagem de ano!!!
Basicamente serve para as pessoas abusarem do álcool e outras coisas, fazerem coisas que não querem (mas querem) e começar o ano com amnésia ou pseudo-amnésia(aqueles que não se lembram porque não querem), não é a linda a natureza humana?
Também serve de desculpa para aqueles que, supostamente são muito sérios apanharem a bebedeira da vida deles e andarem por aí dizendo coisas como: "Ninguém gosta de mim" ou "Eu gosto muito de ti X, só não gosto do Y".
Ah!! E o cheiro a vómito espalhando-se pelo ambiente, de todas as cores e texturas, reflectindo que alguém não mastiga as ervilhas.
Ahhhh passagem de ano, alguma coisa melhor que a embriaguez mundial?
Não me entendam mal, eu não sou diferente, estou pronto para entrar no novo ano com o pé direito, isto é, se ainda me aguentar em pé...
Deambulações e Devaneios colectivos é o que se quer, paz, amor e clichés do género para todos!
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Porquê PêVêCê
Quando me iniciei neste blog escrevi sobre assuntos correntes, com os quais toda a gente convive diariamente. Depois, por duas vezes, escrevi sobre temas sempre relacionados com o universo musical, o que decerto interessou a poucos (em relação às milhentas almas que me leêm). Para gáudio dos que não gramam o que eu oiço ou faço com a minha aparelhagem nos tempos livres, voltei aos temas actuais e/ou do quotidiano. Desta feita, a conversa é tão simplesmente a seguinte: PVC!
O cenário é o seguinte: Há um rés-do-chão (sim, escreve-se assim), com porcelana. Há um primeiro andar, com porcelana. Há uma cave, com PVC. Falamos de sanitas portanto. Tudo gira à volta do rés-do-chão e do primeiro andar, atentemos nisso. Contudo, e tendo em mente que o primeiro andar dista 20 passos e 20 degraus da cave, quando é preciso sentar o meu doce rabo na sanita, eu escolho PVC! Não só deve ser mais barato (se eu dissesse com certeza que é mais barato era paneleiro), como o efeito cénico é semelhante ao provocado pela porcelana. Mas a parte mais vantajosa e que mais pesa num processo de decision-making tão elaborado como saber, trocado por miúdos (dos ordinários), onde vou cagar, é a temperatura do PVC!
PVC não aquece!
PVC não arrefece!
PVC é temperatura ambiente garantida (se é que não é ligeiramente aquecido!)
No inverno (ou em casas sem aquecimento central), PVC é a escolha ideal, além de que previne o típico cagar à caçador para quem tem quadricipedes pouco trabalhados.
O cenário é o seguinte: Há um rés-do-chão (sim, escreve-se assim), com porcelana. Há um primeiro andar, com porcelana. Há uma cave, com PVC. Falamos de sanitas portanto. Tudo gira à volta do rés-do-chão e do primeiro andar, atentemos nisso. Contudo, e tendo em mente que o primeiro andar dista 20 passos e 20 degraus da cave, quando é preciso sentar o meu doce rabo na sanita, eu escolho PVC! Não só deve ser mais barato (se eu dissesse com certeza que é mais barato era paneleiro), como o efeito cénico é semelhante ao provocado pela porcelana. Mas a parte mais vantajosa e que mais pesa num processo de decision-making tão elaborado como saber, trocado por miúdos (dos ordinários), onde vou cagar, é a temperatura do PVC!
PVC não aquece!
PVC não arrefece!
PVC é temperatura ambiente garantida (se é que não é ligeiramente aquecido!)
No inverno (ou em casas sem aquecimento central), PVC é a escolha ideal, além de que previne o típico cagar à caçador para quem tem quadricipedes pouco trabalhados.
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Devaneio do Dia
O devaneio de hoje vai ser bastante simples e directo, não me vou pôr com histórias!
Nunca deixar coisas importantes para o último dia --- dá sempre merda!
Nunca deixar coisas importantes para o último dia --- dá sempre merda!
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
"Retrospectiva de um Amor Profundo"
Estamos a concluir mais um ano, estas alturas fazem-me lembrar outros tempos, quando era mais novo e que a passagem do ano não era mais que a tentativa de roubar uma garrafa de champanhe aos pais e esperar que não dessem pela sua falta.
Mas hoje vejo a passagem do tempo, nomeadamente a passagem do ano como algo insignificante, mais um ano que passou e menos um ano de vida.
Agora, o que devemos reter com a passagem do tempo? Recordações. De tempos que não voltam, de amizades que se foram e outras que ficaram, pessoas que entraram na nossa vida e que na altura tiveram grande relevância, mas que, presentemente já nem nos lembramos dos nomes ou caras. De novas pessoas que substituem outras e que às vezes se tornam insubstituíveis. Podem pensar que estou a ser melodramático, mas não, não passamos de caixas de recordações que se alteram à medida que as recordações se amontoam, nós somos aquilo que vivemos e experimentamos.
Eu estou especialmente grato pelo fim de 2009, foi um ano intenso, cheio de mirabolantes twists e turning tables, mas o karma, o alheio, ou Deus, dependendo das escolhas de cada um trouxe-me de volta ao equilíbrio
Portanto, independentemente de como tenha corrido este ano, 2010 será um ano cheio de coisas boas e más, mas ao menos podemos escolher aquilo que queremos recordar e esperar por melhores dias...
Um óptimo ano novo, melhor que este ou que pelo menos não seja tão mau!(contra-senso consciente)
PS: aceito prendas tardias... O Cardhu já acabou... Não é muito caro..
Mas hoje vejo a passagem do tempo, nomeadamente a passagem do ano como algo insignificante, mais um ano que passou e menos um ano de vida.
Agora, o que devemos reter com a passagem do tempo? Recordações. De tempos que não voltam, de amizades que se foram e outras que ficaram, pessoas que entraram na nossa vida e que na altura tiveram grande relevância, mas que, presentemente já nem nos lembramos dos nomes ou caras. De novas pessoas que substituem outras e que às vezes se tornam insubstituíveis. Podem pensar que estou a ser melodramático, mas não, não passamos de caixas de recordações que se alteram à medida que as recordações se amontoam, nós somos aquilo que vivemos e experimentamos.
Eu estou especialmente grato pelo fim de 2009, foi um ano intenso, cheio de mirabolantes twists e turning tables, mas o karma, o alheio, ou Deus, dependendo das escolhas de cada um trouxe-me de volta ao equilíbrio
Portanto, independentemente de como tenha corrido este ano, 2010 será um ano cheio de coisas boas e más, mas ao menos podemos escolher aquilo que queremos recordar e esperar por melhores dias...
Um óptimo ano novo, melhor que este ou que pelo menos não seja tão mau!(contra-senso consciente)
PS: aceito prendas tardias... O Cardhu já acabou... Não é muito caro..
domingo, 27 de dezembro de 2009
Mash-up's
Vou-me auto-Twittar, e dizer o que fiz durante boa parte da noite que passou:
1 - fingi que estudei a evolução das relações económica e política entre os duos Índia-China e Índia-USA;
2- andei a ouvir mash-up's, que eu vou, de forma muito pouco científica, dizer que são compilações em massa de vários samples num só djset-faixa-album.
O meu mash-up preferido, dos poucos que conheço: What Does It All Mean? 1983-2006 Retrospective. Para além de podermos encontrar pérolas e loops a dar com um pau e brilhantemente executados, este album é um instrumento. Um verdadeiro espelhar da cultura popular norte-americana doseada com pequenas amostras que vão da exploração musical do assassinato de JFK às opiniões de algum público norte-americano sobre sexo. Para que não se duvide da possibilidade de dar uma orientação diferente a formatos à primeira vista limitados ao debate (via palavras e/ou vídeo).
Para além deste, ouvi ainda Girl Talk e A-Trak.
Imaginemos que sou o Fry do Futurama: cidade nova, 1000 anos de avanço, mudanças culturais operadas, novos gostos e hábitos. As conversas com os meus novos amigos, querendo eu entrar pela vertente musical e discutir um pouco a coisa, têm como tema outros artistas. Eu iria gostar que houvesse um mash-up para cada género musical para uma actualização, por exemplo. Claro, há quem defenda: mas daqui a mil anos há cabos para pôr na nuca e actualizarmo-nos à lá Matrix. Havendo, considerem este parágrafo nulo.
Ao bom jeito do inicial título deste espaço, isto foi uma deambulação... Ou um devaneio. O Houaiss da letra D está demasiado longe para ir ver o termo mais acertado e a sede de publicar qualquer coisa fresh é demasiado grande, muito embora eu saiba que isto vai ser lido quando o outro colaborador, o dono ou a seguidora do blog vierem aqui.
1 - fingi que estudei a evolução das relações económica e política entre os duos Índia-China e Índia-USA;
2- andei a ouvir mash-up's, que eu vou, de forma muito pouco científica, dizer que são compilações em massa de vários samples num só djset-faixa-album.
O meu mash-up preferido, dos poucos que conheço: What Does It All Mean? 1983-2006 Retrospective. Para além de podermos encontrar pérolas e loops a dar com um pau e brilhantemente executados, este album é um instrumento. Um verdadeiro espelhar da cultura popular norte-americana doseada com pequenas amostras que vão da exploração musical do assassinato de JFK às opiniões de algum público norte-americano sobre sexo. Para que não se duvide da possibilidade de dar uma orientação diferente a formatos à primeira vista limitados ao debate (via palavras e/ou vídeo).
Para além deste, ouvi ainda Girl Talk e A-Trak.
Imaginemos que sou o Fry do Futurama: cidade nova, 1000 anos de avanço, mudanças culturais operadas, novos gostos e hábitos. As conversas com os meus novos amigos, querendo eu entrar pela vertente musical e discutir um pouco a coisa, têm como tema outros artistas. Eu iria gostar que houvesse um mash-up para cada género musical para uma actualização, por exemplo. Claro, há quem defenda: mas daqui a mil anos há cabos para pôr na nuca e actualizarmo-nos à lá Matrix. Havendo, considerem este parágrafo nulo.
Ao bom jeito do inicial título deste espaço, isto foi uma deambulação... Ou um devaneio. O Houaiss da letra D está demasiado longe para ir ver o termo mais acertado e a sede de publicar qualquer coisa fresh é demasiado grande, muito embora eu saiba que isto vai ser lido quando o outro colaborador, o dono ou a seguidora do blog vierem aqui.
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
Mensagem de Natal
Neste momento estamos na época, que eu considero, ser a mais festiva do ano: o Natal. Comida da boa, bebida ainda melhor, família à volta da mesa... Ainda assim, muitos olham para esta época como sendo meramente consumista, em que se encharcam os miúdos com todo o tipo de porcarias possíveis e imaginárias! Mas, sinceramente, esta é a menor das minhas preocupações, até porque eu próprio também recebo coisinhas boas quando chegam as badaladas da meia - noite do dia 24. O que mais me preocupa são aqueles que nem um tecto têm onde se resguardarem, ainda por cima com o péssimo estado do tempo que temos sentido nos últimos dias. Pior: muitas destas pessoas têm família, mas que pura e simplesmente os consideram um incómodo, não se dignando a estender a mão, nem nesta altura do ano. Depois temos os idosos que são abandonados nas camas dos hospitais ou nos lares, onde a solidão é sufocante. E claro há um tipo de caso que me irrita profundamente. Tentem imaginar uma família dividida, em que uma das partes procura "sacanear" continuamente a outra, ao longo de vários anos e chega a esta época finge que está tudo bem, que nada se passou.... Infelizmente, conheço uma situação destas, em que o cinismo é tal, que quem está melhor na vida acabam por ser os vilões deste filme de terror ininterrupto.
Por isso caros amigos, é assim que o vosso companheiro Jim Raynor deseja um feliz Natal ao Tronik e ao Afonso, assim como às suas respectivas famílias, e a todos os magníficos leitores deste blog (mesmo que celebrem o Hanukkah). And remember: se puderem estendam a mão a quem mais precisa, não é preciso ser - se católico (eu não sou), ao contrário daquilo que nos quiseram fazer passar este semestre na faculdade e defendam - se de qualquer tipo de acção cínica, de onde quer que ela venha.
Por isso caros amigos, é assim que o vosso companheiro Jim Raynor deseja um feliz Natal ao Tronik e ao Afonso, assim como às suas respectivas famílias, e a todos os magníficos leitores deste blog (mesmo que celebrem o Hanukkah). And remember: se puderem estendam a mão a quem mais precisa, não é preciso ser - se católico (eu não sou), ao contrário daquilo que nos quiseram fazer passar este semestre na faculdade e defendam - se de qualquer tipo de acção cínica, de onde quer que ela venha.
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Amarguras de um sportinguista e....Abel Xavier!?
Guess whose back? Não é o Eminem, mas sim eu, o vosso caro amigo crítico de tudo o que o rodeia. Atravessei o deserto, mas hoje saltaram - me à vista duas notícias na RTP N. Agora que ando a estudar para Janeiro, fico normalmente em casa da minha irmã para ter alguma paz de espírito e concentração. Porém, assim que ligo a televisão fico a saber que o João Pereira vai passar a ser jogador do Sporting. Rápido, determinado, lutador e ambicioso: tudo características que eu aprecio num lateral - direito. Agora há algo que me incomoda: desde que me conheço enquanto ser humano (ou seja, desde os tempos da barriga da minha mãe) que sou sportinguista, como saberão os meus colegas bloggers, e desde a época 2004/2005 que, digamos.... NÃO SUPORTO O JOÃO PEREIRA!!! Estas palavras em vermelho têm o seu propósito, já que nessa malfadada época (em que perdemos a Taça UEFA na final) houve um Benfica - Sporting para a Taça de Portugal que me ficou na memória e não foi pelo Benfica ter ganho nos penaltis, depois do jogo ter acabado 3 - 3 (aliás foi um dos melhores clássicos que eu vi em toda a minha vida, e já lá vão 20 anos!), mas sim uma das maiores fitas que eu vi na minha vida! A certa altura o Pereira decide fingir que foi agredido pelo Hugo Viana, na altura no Sporting. Resultado: o Viana é expulso e aquele bandalho(aka João Pereira) continuou o jogo! Ele revelou algo que eu odeio no desporto, uma baixeza tal qu ainda hoje me tira sério... Ainda para mais gastámos 3 milhões neste tipo!!! É que pelo menos o Caicedo não joga nada mas não fez nenhuma destas!!! Realmente o Sporting decidiu gastar dinheiro, mas logo em alguém que deixa más memórias para os leões....
Mas a outra notícia nem se compara a esta e não precisa de tanta análise. Lembram - se do Abel Xavier? Aquele senhor que gasta 5 garrafas de água oxigenada por dia só para manter aquele loiro...aahh... "magnífico"? Pois, não é que o homem decidiu que havia de se voltar para o Islão?! É verdade, ele é oficialmente muçulmano, ainda por cima vai mudar de nome: Faisal, que significa juiz. Ele poderia era ser um bom juiz e condenar aquele cabelo à cadeira elétrica! E não é que ele vai cortar o cabelo? Aparentemente para ficar mais próximo da pureza advogada pelo islamismo.
Resta - me apenas desejar boa sorte... ao Islão, porque com este novo "hóspede", não admira que os ocidentais temam aquilo que vem do Médio Oriente!
Mas a outra notícia nem se compara a esta e não precisa de tanta análise. Lembram - se do Abel Xavier? Aquele senhor que gasta 5 garrafas de água oxigenada por dia só para manter aquele loiro...aahh... "magnífico"? Pois, não é que o homem decidiu que havia de se voltar para o Islão?! É verdade, ele é oficialmente muçulmano, ainda por cima vai mudar de nome: Faisal, que significa juiz. Ele poderia era ser um bom juiz e condenar aquele cabelo à cadeira elétrica! E não é que ele vai cortar o cabelo? Aparentemente para ficar mais próximo da pureza advogada pelo islamismo.
Resta - me apenas desejar boa sorte... ao Islão, porque com este novo "hóspede", não admira que os ocidentais temam aquilo que vem do Médio Oriente!
Beat Street - desilusão
Existem dois filmes de old-school hiphop sobejamente conhecidos: Wild Style (83) e Beat Street (84). Comprei o segundo a pensar que era o primeiro. Queria ouvir a fonte do sample do Genesis do Illmatic. Não aconteceu, para já.
Não tenho grande prática e sentido crítico no que toca a filmes porque não é o que faço mais. Clássicos inconfundiveís, reconheço-os, identifico-os. Filmes medianos, já não. Chegam a passar por mim como bastante aceitáveis. O caso de Beat Street não chega a gerar qualquer tipo de avaliação ponderada. É mesmo mauzinho (se não fosse sobre hiphop tirava o diminutivo).
A contra-capa é aliciante porque dizem que a produção é do Harry Belafonte, mas desenganem-se. O filme é mesmo muito vazio no conteúdo. Prezo a grande captação do espírito citadino onde o hiphop foi gerado. As vacant houses no Bronx estão lá, sem recriação. As roupas foleiras estão. Os movimentos estão lá. O calão em estado embrionário está lá. Mas apesar de servir como documentário aceitável, a história é fraquíssima e tem pouco tempo de antena (o que não a deixa desenvolver-se nem envolver-nos). Mas, por outro lado, considerada a fraca qualidade da história, se calhar o melhor mesmo foi deixar mais espaço para os B-boys, o Graffiti, o MCing e o DJing ("Without the elements / It's all irrelevant").
MAS!, duas ressalvas (musicais) merecem ser feitas: a actuação dos Treacherous Three no clube nocturno do Kool DJ Herc, onde rappam o "Santa's Rap" (pode ser visto no Youtube); e a actuação do Melle Mel e o seu conjunto a rappar o "Beat Street" na festa final que encerra o filme. Este último momento prefiro não conferir se existe no Youtube ou não para sentir que gastei 12 ou 13 euros para possuir 5 minutos que não se encontram em qualquer lado.
Um último ponto positivo, antes de concluir, é podermos ver Afrika Bambaataa e Rock Steady Crew em acção, entre outros que não sobreviveram tão bem à passagem do tempo.
Não tenho grande prática e sentido crítico no que toca a filmes porque não é o que faço mais. Clássicos inconfundiveís, reconheço-os, identifico-os. Filmes medianos, já não. Chegam a passar por mim como bastante aceitáveis. O caso de Beat Street não chega a gerar qualquer tipo de avaliação ponderada. É mesmo mauzinho (se não fosse sobre hiphop tirava o diminutivo).
A contra-capa é aliciante porque dizem que a produção é do Harry Belafonte, mas desenganem-se. O filme é mesmo muito vazio no conteúdo. Prezo a grande captação do espírito citadino onde o hiphop foi gerado. As vacant houses no Bronx estão lá, sem recriação. As roupas foleiras estão. Os movimentos estão lá. O calão em estado embrionário está lá. Mas apesar de servir como documentário aceitável, a história é fraquíssima e tem pouco tempo de antena (o que não a deixa desenvolver-se nem envolver-nos). Mas, por outro lado, considerada a fraca qualidade da história, se calhar o melhor mesmo foi deixar mais espaço para os B-boys, o Graffiti, o MCing e o DJing ("Without the elements / It's all irrelevant").
MAS!, duas ressalvas (musicais) merecem ser feitas: a actuação dos Treacherous Three no clube nocturno do Kool DJ Herc, onde rappam o "Santa's Rap" (pode ser visto no Youtube); e a actuação do Melle Mel e o seu conjunto a rappar o "Beat Street" na festa final que encerra o filme. Este último momento prefiro não conferir se existe no Youtube ou não para sentir que gastei 12 ou 13 euros para possuir 5 minutos que não se encontram em qualquer lado.
Um último ponto positivo, antes de concluir, é podermos ver Afrika Bambaataa e Rock Steady Crew em acção, entre outros que não sobreviveram tão bem à passagem do tempo.
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Onde está a representação ??
Existem coisas que me irritam, existem coisas que me tiram do sério e existem coisas que eu odeio.
Uma das coisas que tenho odiado ultimamente é o debate político em Portugal...
Sempre que ligamos a televisão ou lemos o jornal, constatamos que os nossos representantes ou estão numa troca de insultos ou a abafar um qualquer escândalo em que estão envolvidos. Podem pensar que estou a ser influenciado, mas não! Todos, da direita à esquerda passando pelo centrão, todos sem excepção debatem coisas que, pelo menos a mim não me suscitam qualquer interesse!
Na área da agricultura, se não somos os piores somos o irmão menos mau, a educação é o que se vê, a taxa de desemprego a subir exponencialmente, recém licenciados a viver com 15 euros por dia e estes nosso representantes em guerras partidárias!
Nem vou falar no último debate quinzenal porque evidentemente nem vale a pena, mas o de hoje resumiu-se a acusações partidárias e ao debate acerca das suas milionárias campanhas eleitorais! Mas isto é normal? Com todas as questões URGENTES, vão-se por a debater quem gastou mais... Mas isto interessa ao país? As soluções para os problemas estruturais vão ser encontradas neste debate? As propinas vão baixar? As pessoas andarão seguras na rua? NÃO, vai estar tudo na mesma e enquanto andamos nisto, eles continuam a receber os seus bons salários e fazendo os seus negócios...
Enquanto houver futebol, novela, dinheiro para a cerveja e cigarros está bom.
Aos poucos que se interessam sobre o futuro do nosso país, sou o único a quem isto faz confusão?
Uma das coisas que tenho odiado ultimamente é o debate político em Portugal...
Sempre que ligamos a televisão ou lemos o jornal, constatamos que os nossos representantes ou estão numa troca de insultos ou a abafar um qualquer escândalo em que estão envolvidos. Podem pensar que estou a ser influenciado, mas não! Todos, da direita à esquerda passando pelo centrão, todos sem excepção debatem coisas que, pelo menos a mim não me suscitam qualquer interesse!
Na área da agricultura, se não somos os piores somos o irmão menos mau, a educação é o que se vê, a taxa de desemprego a subir exponencialmente, recém licenciados a viver com 15 euros por dia e estes nosso representantes em guerras partidárias!
Nem vou falar no último debate quinzenal porque evidentemente nem vale a pena, mas o de hoje resumiu-se a acusações partidárias e ao debate acerca das suas milionárias campanhas eleitorais! Mas isto é normal? Com todas as questões URGENTES, vão-se por a debater quem gastou mais... Mas isto interessa ao país? As soluções para os problemas estruturais vão ser encontradas neste debate? As propinas vão baixar? As pessoas andarão seguras na rua? NÃO, vai estar tudo na mesma e enquanto andamos nisto, eles continuam a receber os seus bons salários e fazendo os seus negócios...
Enquanto houver futebol, novela, dinheiro para a cerveja e cigarros está bom.
Aos poucos que se interessam sobre o futuro do nosso país, sou o único a quem isto faz confusão?
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Sobriedade e Estupidez
Sei que este titulo não parece fazer grande sentido, mas lá está, será que é suposto? O que é sentido? Uma linha lógica de raciocínio? Razão,a última fronteira daquilo que é humano, aquela coisinha que nos dá direito a fazer tudo aquilo que queremos. Porquê? Porque o facto de pensarmos, aliás, raciocinar-mos faz-nos sentir tão importantes e melhores que tudo o resto...
No entanto, e as paixões? vícios? fraquezas? instintos?
Menosprezamos tudo aquilo que faz de nós originais e preferimos o genérico, esquecemos o que é verdadeiro e palpável, pelos sonhos de racionalidade. Mas o que nos traz a racionalidade? Pensamento? Intelecto? Sim até pode ser, então vamos pensar sobre os sentimentos em vez de senti-los? NÃO!! Vamos errar, vamos arriscar, vamos perder! Isso sim é ser humano!
A força da Razão libertadora tornou-se numa prisão sensorial, e agora? Todos somos escravos de uma ideia, de um conceito, muitas vezes de conceitos que sabemos em teoria, porque não achámos relevante experimentar, tornámos-nos insensíveis, automáticos, inteligentemente estupidificados, porque simplesmente temos medo de sentir, pensar é mais seguro.
Eu digo basta! BASTA de sermos escravos daquilo que pensamos, vamos dizer o que nos vai na alma, vamos sentir a dor de um amigo, saborear um beijo ou abraço, deliciar-mo-nos com a presença de alguém especial, sentir o que é verdadeiro e não aquilo que construímos mentalmente, vamos ser originais e autênticos, vamos ser HUMANOS e não SOBRE-HUMANOS, ter defeitos e virtudes, ter personalidade e integridade, errar e aprender, arriscar e viver!
Acredito na razão, mas não na extrema racionalidade, acredito na paixão, mas não na obsessão!
O vosso humilde revolucionário sensorial...
No entanto, e as paixões? vícios? fraquezas? instintos?
Menosprezamos tudo aquilo que faz de nós originais e preferimos o genérico, esquecemos o que é verdadeiro e palpável, pelos sonhos de racionalidade. Mas o que nos traz a racionalidade? Pensamento? Intelecto? Sim até pode ser, então vamos pensar sobre os sentimentos em vez de senti-los? NÃO!! Vamos errar, vamos arriscar, vamos perder! Isso sim é ser humano!
A força da Razão libertadora tornou-se numa prisão sensorial, e agora? Todos somos escravos de uma ideia, de um conceito, muitas vezes de conceitos que sabemos em teoria, porque não achámos relevante experimentar, tornámos-nos insensíveis, automáticos, inteligentemente estupidificados, porque simplesmente temos medo de sentir, pensar é mais seguro.
Eu digo basta! BASTA de sermos escravos daquilo que pensamos, vamos dizer o que nos vai na alma, vamos sentir a dor de um amigo, saborear um beijo ou abraço, deliciar-mo-nos com a presença de alguém especial, sentir o que é verdadeiro e não aquilo que construímos mentalmente, vamos ser originais e autênticos, vamos ser HUMANOS e não SOBRE-HUMANOS, ter defeitos e virtudes, ter personalidade e integridade, errar e aprender, arriscar e viver!
Acredito na razão, mas não na extrema racionalidade, acredito na paixão, mas não na obsessão!
O vosso humilde revolucionário sensorial...
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Há expressões e expressões
Depois de uma ausência mais ou menos prolongada, achei por bem postar qualquer coisa...
Ultimamente, por uma razão fora do meu alcance, tenho ouvido uma das mais parvas (a meu ver) expressões existentes na língua portuguesa, o tão aclamado "temos pena".
Ora, não vou começar com dissertações acerca de tão corriqueira expressão, vou apenas dizer porque me irrita solenemente...
1º Muitas vezes é dita apenas por uma pessoa, mas "tenho pena" não fica tão giro..
2º Naturalmente, os indivíduos ao falarem, dão um tom de superioridade ou desprezo a quem se dirigem.
3º Talvez a repetição (sim porque quase toda a gente diz isso) tenha provocado um certo enjoo na minha pessoa.
4º Sinceramente tira-me do sério, não sei bem explicar porquê, mas é daquelas expressões que me dão vontade de bater com a cabeça na parede e não, não tenho problemas psicológicos nem o meu tio me ofereceu chupas quando era mais novo.
Outras expressões ou ditos deveras irritantes: "treuze"; "tão, tás cá?"; "prontos"; "ao pois"; "passa por cima"... Enfim, poderia ficar aqui o resto da noite...
P.S.: Obviamente que há pessoas que irritam mais, e outras que "prontos" passam meio despercebidas, mas num modo geral, "IRRITAM BUÉDAS", portanto pensem um pouco antes de falar e utilizem expressões mais in como o "porreiro pá"
Ultimamente, por uma razão fora do meu alcance, tenho ouvido uma das mais parvas (a meu ver) expressões existentes na língua portuguesa, o tão aclamado "temos pena".
Ora, não vou começar com dissertações acerca de tão corriqueira expressão, vou apenas dizer porque me irrita solenemente...
1º Muitas vezes é dita apenas por uma pessoa, mas "tenho pena" não fica tão giro..
2º Naturalmente, os indivíduos ao falarem, dão um tom de superioridade ou desprezo a quem se dirigem.
3º Talvez a repetição (sim porque quase toda a gente diz isso) tenha provocado um certo enjoo na minha pessoa.
4º Sinceramente tira-me do sério, não sei bem explicar porquê, mas é daquelas expressões que me dão vontade de bater com a cabeça na parede e não, não tenho problemas psicológicos nem o meu tio me ofereceu chupas quando era mais novo.
Outras expressões ou ditos deveras irritantes: "treuze"; "tão, tás cá?"; "prontos"; "ao pois"; "passa por cima"... Enfim, poderia ficar aqui o resto da noite...
P.S.: Obviamente que há pessoas que irritam mais, e outras que "prontos" passam meio despercebidas, mas num modo geral, "IRRITAM BUÉDAS", portanto pensem um pouco antes de falar e utilizem expressões mais in como o "porreiro pá"
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
"Seja você mesmo, mas não sempre O mesmo"
Visto que as vésperas de feriados promovem o devaneio e outras coisas mais, não tive realmente muita paciência para elaborar um post digno desse nome. No entanto, uma música em particular não me saiu da cabeça enquanto esta girava freneticamente pelas paredes do meu quarto. Essa música chama-se "Até Quando" de Gabriel, O Pensador.
É uma canção forte, profunda, com uma mensagem bastante incisiva e temos que admitir: meio-revolucionária, mas que espelha muito a angústia e cansaço das pessoas relativamente ao sistema político e à sociedade em geral.
Deixo-vos o video (grande video) e respectiva letra (grande letra) , mas lanço a pergunta:
Até Quando ?
Não adianta olhar pro céu com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer e muita greve
Você pode e você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão, virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus sofreu
Não quer dizer que você tenha que sofrer
Até quando você vai ficar usando rédea
Rindo da própria tragédia?
Até quando você vai ficar usando rédea
Pobre, rico ou classe média?
Até quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa postura
Até quando você vai ficando mudo?
Muda que o medo é um modo de fazer censura
(Refrão)
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?
(Repete refrão)
Você tenta ser feliz, não vê que é deprimente
Seu filho sem escola, seu velho tá sem dente
Você tenta ser contente, não vê que é revoltante
Você tá sem emprego e sua filha tá gestante
Você se faz de surdo, não vê que é absurdo
Você que é inocente foi preso em flagrante
É tudo flagrante
É tudo flagrante
(Refrão x2)
A polícia matou o estudante
Falou que era bandido, chamou de traficante
A justiça prendeu o pé-rapado
Soltou o deputado e absolveu os PM's de Vigário
(Refrão x2)
A polícia só existe pra manter você na lei
Lei do silêncio, lei do mais fraco:
Ou aceita ser um saco de pancada ou vai pro saco
A programação existe pra manter você na frente
Na frente da TV, que é pra te entreter
Que pra você não ver que programado é você
Acordo num tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar
O cara me pede diploma, num tenho diploma, num pude estudar
E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado que eu saiba falar
Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá
Consigo emprego, começo o emprego, me mato de tanto ralar
Acordo bem cedo, não tenho sossego nem tempo pra raciocinar
Não peço arrego mas na hora que chego só fico no mesmo lugar
Brinquedo que o filho me pede num tenho dinheiro pra dar
Escola, esmola
Favela, cadeia
Sem terra, enterra
Sem renda, se renda. Não, não
(Refrão x2)
Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente manda ninguém manda na gente
Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de postura a gente fica mais seguro
Na mudança do presente a gente molda o futuro
(Refrão)
É uma canção forte, profunda, com uma mensagem bastante incisiva e temos que admitir: meio-revolucionária, mas que espelha muito a angústia e cansaço das pessoas relativamente ao sistema político e à sociedade em geral.
Deixo-vos o video (grande video) e respectiva letra (grande letra) , mas lanço a pergunta:
Até Quando ?
Não adianta olhar pro céu com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer e muita greve
Você pode e você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão, virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus sofreu
Não quer dizer que você tenha que sofrer
Até quando você vai ficar usando rédea
Rindo da própria tragédia?
Até quando você vai ficar usando rédea
Pobre, rico ou classe média?
Até quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa postura
Até quando você vai ficando mudo?
Muda que o medo é um modo de fazer censura
(Refrão)
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?
(Repete refrão)
Você tenta ser feliz, não vê que é deprimente
Seu filho sem escola, seu velho tá sem dente
Você tenta ser contente, não vê que é revoltante
Você tá sem emprego e sua filha tá gestante
Você se faz de surdo, não vê que é absurdo
Você que é inocente foi preso em flagrante
É tudo flagrante
É tudo flagrante
(Refrão x2)
A polícia matou o estudante
Falou que era bandido, chamou de traficante
A justiça prendeu o pé-rapado
Soltou o deputado e absolveu os PM's de Vigário
(Refrão x2)
A polícia só existe pra manter você na lei
Lei do silêncio, lei do mais fraco:
Ou aceita ser um saco de pancada ou vai pro saco
A programação existe pra manter você na frente
Na frente da TV, que é pra te entreter
Que pra você não ver que programado é você
Acordo num tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar
O cara me pede diploma, num tenho diploma, num pude estudar
E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado que eu saiba falar
Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá
Consigo emprego, começo o emprego, me mato de tanto ralar
Acordo bem cedo, não tenho sossego nem tempo pra raciocinar
Não peço arrego mas na hora que chego só fico no mesmo lugar
Brinquedo que o filho me pede num tenho dinheiro pra dar
Escola, esmola
Favela, cadeia
Sem terra, enterra
Sem renda, se renda. Não, não
(Refrão x2)
Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente manda ninguém manda na gente
Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de postura a gente fica mais seguro
Na mudança do presente a gente molda o futuro
(Refrão)
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Mas quem é que gosta do PREC?!
Pois é chegou a minha vez de contribuir para esta magnífica empreitada que é o palavra BOLD. Tenho estado numa espécie de coma induzido provocado por estudos, bebedeiras e em última análise... não ter tido acesso à net nos últimos dias. A partir do momento em que os primeiros dois problemas e o último mencionados foram resolvidos, fiquei a matutar sobre o que escrever, até que me lembrei do seguinte: talvez, na semana passada tive a oportunidade de ler no Facebook do meu caro colega de trabalho Tronik (sim eu não tenho Facebook) um certo indivíduo a dizer que o PREC, ou seja, o Período Revolucionário em Curso não tinha sido assim tão mau... Assim, e com base nesta premissa puramente estúpida, tenciono elucidar - vos, a vós caros leitores e se possível à personagem que realizou esta afirmação, sobre aquilo que foi o PREC.
O Prec começou com o 25 de Abril de 1974, a revolução realizada contra o Estado Novo pelo povo português e, claro, com o contributo dos nossos militares. Foi uma revolução orquestrada, principalmente, por membros da extrema - esquerda, apesar de ter percorrido toda a esfera política portuguesa. Porém, aquela que era a Ala Liberal, a mais capaz de defender os interesses do país (composta por Francisco Sá Carneiro, Pinto Balsemão, Mota Amaral, entre outros), viu - se suplantada pelos de extrema - esquerda. Então quando António de Spínola quis criar uma espécie de Commonwealth portuguesa, "heróis" de Abril como Mário Soares trataram de se oporem ao assunto... é uma história para outro dia. Retomando o PREC, foi um período de enorme instabilidade política, em que Vasco Gonçalves acabou por liderar uma espécie de governo provisório, sendo só demitido em Setembro de 1975, após uma grande contestação vinda tabém do próprio Conselho da Revolução onde se apoiava. A situação era de facto adversa, culminando a 25 de Novembro de 1975, num clima de quase guerra civil. A extrema - esquerda estava em desespero nesta altura, tentando realizar um golpe de estado liderado por outro "herói "de Abril, Otelo Saraiva de Carvalho. Felizmente, Ramalho Eanes solucionou a situação opondo - se à extrema - esquerda, acabando por ser o Presidente Costa Gomes a mediar o potencial conflito. A partir daqui, "the rest is History as you know!" Porém, à episódios deste período que poucos conhecem e que merecem ser do conhecimento geral.
No dia 25 de Abril de 1975, perto de Palmela, distrito de Setúbal, um grupo de homens armados manda parar o carro dos meus pais com intenção de os revistarem. O meu pai resiste e acaba por conseguir fazer com que todos saíssem da situação sem ferimentos. Pior sorte teve um senhor conhecido da minha família que ao não acatar as ordens para parar, acaba por ser alvejado por um grupo de bandalhos de extrema - esquerda, ficando gravemente ferido (sobreviveu, mas isso pode ficar para outra altura). Aliás, este extremismo revelado por homens como Otelo, levou a que este criasse uma lista de opositores políticos em Setúbal para serem fuzilados no Estádio do Bonfim. Sim, leram bem, FUZILADOS! Por sorte, tal não aconteceu.
Por isso meus amigos, quando falarem do PREC, falem com cautela e tenham sempre em mente o seguinte: mas quem gosta do PREC?!
O Prec começou com o 25 de Abril de 1974, a revolução realizada contra o Estado Novo pelo povo português e, claro, com o contributo dos nossos militares. Foi uma revolução orquestrada, principalmente, por membros da extrema - esquerda, apesar de ter percorrido toda a esfera política portuguesa. Porém, aquela que era a Ala Liberal, a mais capaz de defender os interesses do país (composta por Francisco Sá Carneiro, Pinto Balsemão, Mota Amaral, entre outros), viu - se suplantada pelos de extrema - esquerda. Então quando António de Spínola quis criar uma espécie de Commonwealth portuguesa, "heróis" de Abril como Mário Soares trataram de se oporem ao assunto... é uma história para outro dia. Retomando o PREC, foi um período de enorme instabilidade política, em que Vasco Gonçalves acabou por liderar uma espécie de governo provisório, sendo só demitido em Setembro de 1975, após uma grande contestação vinda tabém do próprio Conselho da Revolução onde se apoiava. A situação era de facto adversa, culminando a 25 de Novembro de 1975, num clima de quase guerra civil. A extrema - esquerda estava em desespero nesta altura, tentando realizar um golpe de estado liderado por outro "herói "de Abril, Otelo Saraiva de Carvalho. Felizmente, Ramalho Eanes solucionou a situação opondo - se à extrema - esquerda, acabando por ser o Presidente Costa Gomes a mediar o potencial conflito. A partir daqui, "the rest is History as you know!" Porém, à episódios deste período que poucos conhecem e que merecem ser do conhecimento geral.
No dia 25 de Abril de 1975, perto de Palmela, distrito de Setúbal, um grupo de homens armados manda parar o carro dos meus pais com intenção de os revistarem. O meu pai resiste e acaba por conseguir fazer com que todos saíssem da situação sem ferimentos. Pior sorte teve um senhor conhecido da minha família que ao não acatar as ordens para parar, acaba por ser alvejado por um grupo de bandalhos de extrema - esquerda, ficando gravemente ferido (sobreviveu, mas isso pode ficar para outra altura). Aliás, este extremismo revelado por homens como Otelo, levou a que este criasse uma lista de opositores políticos em Setúbal para serem fuzilados no Estádio do Bonfim. Sim, leram bem, FUZILADOS! Por sorte, tal não aconteceu.
Por isso meus amigos, quando falarem do PREC, falem com cautela e tenham sempre em mente o seguinte: mas quem gosta do PREC?!
domingo, 29 de novembro de 2009
É complicado
Numa discussão júnior-sénior 50/50 em plena Plaza Mayor veio à baila a simplificação que muito povo português faz quando se refere a situações que envolvem dificuldade / requerem desenvoltura. Volta e meia, tendo essa ideia fresca na cabeça, sem grande dificuldade constatamos que conversas não se aprofundam porque "é complicado"; começamos a não tentar tornar concreto e organizado um qualquer episódio nosso por pura preguiça mental... e porque, questionados, (exactamente) é complicado, e desorganizado.
Ainda sobre os factores que vislumbro superficialmente para que tanta gente (eu muitas vezes incluído) utilize tal expressão, faço uma breve referência ao factor "desejabilidade social e sinónimos". Mesmo que eu saiba que posso evitar a exposição da minha intimidade dizendo "é custoso", vou dizer "é complicado", sob pena de me olharem e, provavelmente, ostracizarem (a tal propósito, ouça-se "Ãh" de Gabriel O Pensador).
Mas é errado! Que os sinónimos proliferem! E mesmo que sejamos barrados numa pergunta que se calhar fizemos mais por boa educação do que por interesse puro, que ouçamos "é complexo". Também não é interessante por aí além mas é um começo. Se o vosso problema (quem quer que leia este blog) é ser olhado de lado porque disseram uma palavra que não vem no dicionário diário do vosso grupo de amigos, notem que ao dizerem uma palavra que substitua o "complicado", com essa substituta não vem obrigatoriamente um pombo gordo look. Encham-se de simplicidade e modéstia e digam o que querem significar. Não se encham é demasiado, ao ponto de parecer que têm 14 sinónimos para cada expressão original (pelos padrões da juventude de hoje) que usam. Aí são ostracizados na hora!
Para dar um empurrãozinho, ficam uns sinónimos do (a abolir) "é complicado" e um extra very related:
- é complexo;
- é obscuro;
- é incompreensível;
- é confuso;
- é intrincado;
- é labiríntico.
Para "é difícil":
- é laborioso;
- é moroso;
- é penoso;
- é dificultoso;
- é fatigante;
- é ímprobo;
- é duro;
- é árduo.
PS 1: não sou tão viajado como os meus dois posts até à data possam fazer crer
PS 2: espero que a Denise Richards leia este post
Ainda sobre os factores que vislumbro superficialmente para que tanta gente (eu muitas vezes incluído) utilize tal expressão, faço uma breve referência ao factor "desejabilidade social e sinónimos". Mesmo que eu saiba que posso evitar a exposição da minha intimidade dizendo "é custoso", vou dizer "é complicado", sob pena de me olharem e, provavelmente, ostracizarem (a tal propósito, ouça-se "Ãh" de Gabriel O Pensador).
Mas é errado! Que os sinónimos proliferem! E mesmo que sejamos barrados numa pergunta que se calhar fizemos mais por boa educação do que por interesse puro, que ouçamos "é complexo". Também não é interessante por aí além mas é um começo. Se o vosso problema (quem quer que leia este blog) é ser olhado de lado porque disseram uma palavra que não vem no dicionário diário do vosso grupo de amigos, notem que ao dizerem uma palavra que substitua o "complicado", com essa substituta não vem obrigatoriamente um pombo gordo look. Encham-se de simplicidade e modéstia e digam o que querem significar. Não se encham é demasiado, ao ponto de parecer que têm 14 sinónimos para cada expressão original (pelos padrões da juventude de hoje) que usam. Aí são ostracizados na hora!
Para dar um empurrãozinho, ficam uns sinónimos do (a abolir) "é complicado" e um extra very related:
- é complexo;
- é obscuro;
- é incompreensível;
- é confuso;
- é intrincado;
- é labiríntico.
Para "é difícil":
- é laborioso;
- é moroso;
- é penoso;
- é dificultoso;
- é fatigante;
- é ímprobo;
- é duro;
- é árduo.
PS 1: não sou tão viajado como os meus dois posts até à data possam fazer crer
PS 2: espero que a Denise Richards leia este post
sábado, 28 de novembro de 2009
Lucky Number 13
Como qualquer ser humano, atrai-me a possibilidade de se ganhar muito dinheiro muito rapidamente. Os casinos podem ser muitas vezes encarados como a wonderland para adultos em que é possível ganhar quantidades incríveis de dinheiro (muitas vezes se faz num par de horas o que muita gente faz num mês). também é preciso referir que isso acontece a cerca de 1/10 (se tanto) das pessoas que se encontram num casino, assim, por cada um que efectivamente está a ganhar, estão outras nove almas penadas a gastar o dinheiro que têm e não têm perseguindo o sonho de conquistar a Santa FORTUNA.
Geralmente esse sonho torna-se num pesadelo, é uma espiral descendente, porque quanto mais queremos ganhar, mais apostamos e de uma forma genérica quanto mais apostamos, mais perdemos. É fácil entender porque existe uma quantidade significativa de pessoas viciadas no jogo e porque os casinos estão sempre cheios, o casino possuiu o melhor slogan todos os tempos "Dou-te a oportunidade de entrares pobre e saíres rico" mas como sempre, cegos pela ambição e ganância esquece-mo-nos de ler as letras pequenas: "ou então, irás dar-me (de livre vontade) tudo aquilo que tens, hipotecar a casa e vender a mulher".
É engraçado como um ser racional funciona num casino, em primeiro lugar sabe que um casino não tem perdas e sabe que a probabilidade de jogar e perder é infinitamente superior à probabilidade de ganhar, mas mesmo assim agarra-se a essa ínfima probabilidade com unhas e dentes, em segundo lugar, inicia-se todo o tipo de superstições absurdas em relação à sorte e ao aleatório... Em último lugar e o meu preferido são os auto-intitulados "jogadores profissionais", ora esta rara e interessante raça defende que consegue prever números (no caso da roleta), isto é, através de cálculos numéricos consegue determinar qual o número que irá sair. A meu ver isto é no mínimo engraçado,pois, a probabilidade de sair o mesmo numero 50 vezes é igual à probabilidade de esse número não sair durante 50 jogadas!
Mas não me levem a mal eu adoro o jogo, poker, roleta, black jack etc. Mas ao entrarmos num casino temos de ter presente a mais importante premissa nesta área -- THE HOUSE ALWAYS WINS!
Geralmente esse sonho torna-se num pesadelo, é uma espiral descendente, porque quanto mais queremos ganhar, mais apostamos e de uma forma genérica quanto mais apostamos, mais perdemos. É fácil entender porque existe uma quantidade significativa de pessoas viciadas no jogo e porque os casinos estão sempre cheios, o casino possuiu o melhor slogan todos os tempos "Dou-te a oportunidade de entrares pobre e saíres rico" mas como sempre, cegos pela ambição e ganância esquece-mo-nos de ler as letras pequenas: "ou então, irás dar-me (de livre vontade) tudo aquilo que tens, hipotecar a casa e vender a mulher".
É engraçado como um ser racional funciona num casino, em primeiro lugar sabe que um casino não tem perdas e sabe que a probabilidade de jogar e perder é infinitamente superior à probabilidade de ganhar, mas mesmo assim agarra-se a essa ínfima probabilidade com unhas e dentes, em segundo lugar, inicia-se todo o tipo de superstições absurdas em relação à sorte e ao aleatório... Em último lugar e o meu preferido são os auto-intitulados "jogadores profissionais", ora esta rara e interessante raça defende que consegue prever números (no caso da roleta), isto é, através de cálculos numéricos consegue determinar qual o número que irá sair. A meu ver isto é no mínimo engraçado,pois, a probabilidade de sair o mesmo numero 50 vezes é igual à probabilidade de esse número não sair durante 50 jogadas!
Mas não me levem a mal eu adoro o jogo, poker, roleta, black jack etc. Mas ao entrarmos num casino temos de ter presente a mais importante premissa nesta área -- THE HOUSE ALWAYS WINS!
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Das vistas curtas no planeamento urbano
Independentemente da intensidade das minhas colaborações para este blog, pelo menos o primeiro texto tem de trazer à tona algum tema que me seja querido, me irrite ou os dois. O tema das ciclovias mal paridas comporta as duas qualidades. Desde que andei por Madrid e Barcelona que não consigo pensar noutra coisa. Havia ditadura em Portugal e havia ditadura em Espanha, mas as concepções de uma e outra sobre o património a edificar e a disposição do mesmo é TOTALMENTE DISCREPANTE. O esplendoroso e confortável contrapõe-se ao acanhado desembaraço.
Em Barcelona e Madrid reinam as ruas largas, as avenidas imperiais; há espaço, em simultâneo, pós casalinhos andarem de mãos dadas, um poste de iluminação e uma cadeira de rodas eléctrica (espero que estas ocupam mais espaço). Há Espaço. Os desvios e cedências não são rotina. E essa concepção de espaço é alargada às faixas de rodagem que têm espaço para albergar em total segurança bicicletas numa ciclovia e carros e lambretas em convivência respeitosa na estrada propriamente dita.
Em Lisboa reinam os estacionamentos em segunda fila e as ciclovias que se estendem por 30 metros (salvam-se os sprinters e os fumadores em processo inicial de mudança de hábitos); impera o caminhar em 2D, para dar passagem ao transeunte que se cruza connosco e no qual não nos queremos roçar, legitimamente.
Quanto às ciclovias em particular, confesso-me adepto da ideia. Mas da ideia realizada de forma consistente. Passei hoje por Benfica e a estrada à frente da Junta de Freguesia tem umas marcações idiotas no meio do chão (espero que inicias e/ou provisórias) com uma largura nada adequada a principiantes por duas razões possíveis: se ainda andarem com rodinhas não têm espaço para praticar naquele local em particular ou então, se já passaram a fase do apoio circular, têm que obrigatoriamente andar numa linha recta perfeita, porque não há espaço para enganos ou desiquilíbrios, e se decidirem que há levam com um retrovisor na costela esquerda.
As ciclovias querem-se como em Espanha. Não é possível? Compreende-se. Adaptemo-nos. Faça-se algo decente ou não se faça de todo. Os lisboetas já se tinham habituado a arriscar a vida pelo meio de condutores idiotas ou durante 400 metros entre Campo Grande e Entre Campos de qualquer maneira.
Em Barcelona e Madrid reinam as ruas largas, as avenidas imperiais; há espaço, em simultâneo, pós casalinhos andarem de mãos dadas, um poste de iluminação e uma cadeira de rodas eléctrica (espero que estas ocupam mais espaço). Há Espaço. Os desvios e cedências não são rotina. E essa concepção de espaço é alargada às faixas de rodagem que têm espaço para albergar em total segurança bicicletas numa ciclovia e carros e lambretas em convivência respeitosa na estrada propriamente dita.
Em Lisboa reinam os estacionamentos em segunda fila e as ciclovias que se estendem por 30 metros (salvam-se os sprinters e os fumadores em processo inicial de mudança de hábitos); impera o caminhar em 2D, para dar passagem ao transeunte que se cruza connosco e no qual não nos queremos roçar, legitimamente.
Quanto às ciclovias em particular, confesso-me adepto da ideia. Mas da ideia realizada de forma consistente. Passei hoje por Benfica e a estrada à frente da Junta de Freguesia tem umas marcações idiotas no meio do chão (espero que inicias e/ou provisórias) com uma largura nada adequada a principiantes por duas razões possíveis: se ainda andarem com rodinhas não têm espaço para praticar naquele local em particular ou então, se já passaram a fase do apoio circular, têm que obrigatoriamente andar numa linha recta perfeita, porque não há espaço para enganos ou desiquilíbrios, e se decidirem que há levam com um retrovisor na costela esquerda.
As ciclovias querem-se como em Espanha. Não é possível? Compreende-se. Adaptemo-nos. Faça-se algo decente ou não se faça de todo. Os lisboetas já se tinham habituado a arriscar a vida pelo meio de condutores idiotas ou durante 400 metros entre Campo Grande e Entre Campos de qualquer maneira.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Devaneio do Dia
Melodramas,falsas esperanças e hipérboles...
Coisas que criam ilusões que não passam disso mesmo. ENGANOS
Coisas que criam ilusões que não passam disso mesmo. ENGANOS
AAIEP
A Associação Académica do Instituto de Estudos Políticos da UCP nasceu!Apesar de não possuir papel directo na sua formação, fico muito satisfeito pelos alunos deste instituto finalmente possuírem uma associação digna desse nome.
Depois de 3 anos de birras e parvoíces já não precisamos das restantes associações da Universidade e isso enche-me de orgulho.
É de referir que as pessoas que estão à frente da AAIEP são pessoas muito capazes e trabalhadoras que levarão este instituto às noites de devaneio mais impressionantes (não que fosse necessária uma associação para tal fim,mas ajuda).
Portanto, parabéns a todos os que tornaram isto possível e a todos aqueles que irão beneficiar da associação...
God save the Queen, Lord Sword and AAIEP.
Referências: www.aaiep.blogspot.com
Depois de 3 anos de birras e parvoíces já não precisamos das restantes associações da Universidade e isso enche-me de orgulho.
É de referir que as pessoas que estão à frente da AAIEP são pessoas muito capazes e trabalhadoras que levarão este instituto às noites de devaneio mais impressionantes (não que fosse necessária uma associação para tal fim,mas ajuda).
Portanto, parabéns a todos os que tornaram isto possível e a todos aqueles que irão beneficiar da associação...
God save the Queen, Lord Sword and AAIEP.
Referências: www.aaiep.blogspot.com
Devaneios & Deambulações
Devaneios e deambulações são geralmente auto-explicativos, mas para o caso de existirem dúvidas, este será o espaço livre para as mais parvas expressões do meu pensamento, já que se as tentar na oralidade posso provocar pessoas que se levam demasiado a sério!
Como tal prefiro o refúgio nerd do meu computador e esperar que não me dêem uma sova no dia seguinte.
Existe a possibilidade de contributos e sim isso seria fixe!
Aqui fala-se de tudo, de futebol a política, de música a videojogos e claro do bar de Direito!
Pronto acho que é tudo..
Como tal prefiro o refúgio nerd do meu computador e esperar que não me dêem uma sova no dia seguinte.
Existe a possibilidade de contributos e sim isso seria fixe!
Aqui fala-se de tudo, de futebol a política, de música a videojogos e claro do bar de Direito!
Pronto acho que é tudo..
Subscrever:
Mensagens (Atom)